terça-feira, 31 de maio de 2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

End

Acabou. E sempre acabo sem saber se foi melhor tentar e ver que tudo passou, e o que ficou, ficou só aqui. Comigo. Trancado. E, dolorido. Ou, se seria melhor não ter feito esforço algum, pra tentar - talvez sem sucesso algum - não chegar a esse fim. Esse fim que agora só me deixa com aquele aperto, mas não aquele aperto daquele seu abraço que me sufocou aquele dia, aquele sufoco de por-favor-não-me-solte-nunca-mais. Mas, você me soltou. Soltou e deixou o aperto. O aperto, que realmente aperta. Aperta e sufoca. Sufoca e me deixa louca. De dor, não de amor. De saudade, não de 'sei-que-vou-te-ver-sorrir-em-breve'. E agora, só o que tem a ser feito é saber lidar com isso, até que passe. Ou, até que se torne algo ~normal~. E ai acabo percebendo que eu fiz o certo. Ou errado, mas da maneira certa. Não lutei contra o vento, deixei que fosse aquilo que era pra ser, até chegar ao ponto do 'não era pra ser'. E acabou. Mas continua. Aqui dentro.

domingo, 1 de maio de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Caio Fernando Abreu

"Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. E vou dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar."

terça-feira, 12 de abril de 2011

Se a gente soubesse

De onde eu venho, existe amor. Dor, carinho, tapa, raiva, ódio, lágrima, sorriso e felicidade de amor. Sim, por que não odiar amar tanto alguém? Não acho que isso seja feio ou coisa do tipo.
Amor não precisa sempre ser lindo. E quase nunca é.
Hoje ela não queria amor. Só queria dor, carinho, tapa, raiva, ódio, lágrima, sorriso e felicidade. Mas não de amor. Hoje ela não queria amor sendo o começo de nada. Nem meio. Talvez o fim. Ou talvez o ínicio que viria depois do fim.
Depois de perceber que chegou ao fim de tudo isso sem existir o amor, teria que haver um começo com ele. Ai sim, seria uma boa.
Já se conheceriam, já saberiam as dores, os carinhos, os tapas, as raivas, os ódios, as lágrimas, os sorrisos e as felicidades. Já conheceriam também os defeitos, as qualidades, os pontos fracos, os fortes, os estratégicos. Já saberiam os olhares, as testas franzidas, as unhas roídas, as bocas mordidas, os fios de cabelo no chão, no banheiro ou na cama. Já saberiam o que cada atitude significaria.
Já saberiam o por que de olhar a lua, o por que de ver a chuva cair e sorrir, o por que de fugir do sol, o por que de tirar fotos de coisas que são apenas coisas. Ele já saberia a razão dela beber água gelada com dor de garganta. Ela já saberia a razão dele. Ele já saberia por que ela fuma aquele cigarro escondido a noite e por que ela chupa bala quando faz isso. Ela já saberia por que ele. Ele já saberia por que ela dorme daquele jeito e por que sempre deixa um espaço na cama. Ela já saberia por que ele. Ele já entenderia por que ela se preocupa se ele está com fome, frio, calor, sede, vontade. Ela já entenderia por que ele não entendia antes. Ele já entenderia por que ela gosta de planejar as coisas que eles fariam nas férias. Ela já entenderia por que ele só queria que ela não planejasse tanto. Ele já saberia que ela gosta de pêra bem madura. Ela saberia que ele nunca mais levaria uma pêra dura para ela comer. Ele saberia exatamente onde ela se encaixa nele. Ela saberia se encaixar nele. Ele saberia como abraçá-la e protege-la do medo que ela sentia depois daquele filme de terror. Ela saberia que não teria medo de filme de terror se tivesse abraçada com ele. Ele saberia a música que a faz sorrir. Ela saberia o sorriso que o faz sorrir. Ele saberia o que dizer quando ela tivesse na TPM. Ela saberia que não tinha como brigar com ele na TPM. Ele saberia como surpreende-la todos os dias. Ela saberia que sempre se surpreenderia. Ele saberia qual o tipo de amendoim que ela mais gosta. Ela saberia qual o tipo de massagem que ele mais gosta. Ele saberia que ela é sensível. Ela saberia que ele não é um insensível. Ele saberia respeitar o dia das amigas. Ela saberia que ele também era dos amigos.
Ele reconheceria a cara de sono dela. Ela reconheceria a dele. Ela saberia que não queria que ele saísse da vida dela. Ele saberia que não queria sair da vida dela.
E eles saberiam que desde o ínicio se gostaram, mas não queriam titular aquilo de amor. Por que amor machuca, e aquilo que eles tinham não machucava. E era lindo.